sábado, 24 de maio de 2014

Tâmara por conter triptófano que estimula a formação de melatonina, que pode contribuir a conciliar o sono e evitar a insônia.

Tâmara




Benefícios nutricionais

As tâmaras, devido ao alto conteúdo de hidratos de carbono simples e complexos (72%) constituem um alimento muito energético (274 Kcal por 100 gramas de tâmara seca). São ideais para aqueles que precisam de muita energia, como crianças e esportistas.
Falando em esportes, as tâmaras são ricas em potássio (790 mg por 100 g de tâmara seca), cobre (0,24 mg), magnésio (65 mg) y cálcio (59 mg).
Além disso, pelo seu conteúdo em açucares complexos, são metabolizadas pelo organismo de forma demorada. Isto é uma qualidade interessante quando temos que manter um ritmo intenso de esforço físico ou mental por um período longo de tempo (esportes de resistência ou probas de longa duração).
As tâmaras são também ricas em ácido pantoténico o vitamina B5, conhecida pelos seus efeitos tranqüilizantes. Assim, têm quem chame as tâmaras de “doses naturais de anti-estressante” pela capacidade que tem de relaxar e proporcionar uma sensação de bem-estar.
Também pode ser interessante comer algumas tâmaras antes de dormir por conter triptófano que estimula a formação de melatonina, que pode contribuir a conciliar o sono e evitar a insônia.
Tâmara
Benefícios para a saúde
Muitas das virtudes curativas das tâmaras já eram conhecidas e aproveitadas na antiguidade. Hoje em dia essas propriedades tem sido confirmadas e tem se descoberto que grande parte delas se deve à riqueza destes frutos em celulose e frutose.
Ricas em ferro, são aconselhadas para quem padece alterações hepáticas e anemias. Devido ao alto conteúdo de celulose e outras fibras se recomendam nos casos de intestino preso por atuarem como suave laxante.
As tâmaras estimulam o apetite, resultando assim muito benéficas nas aflições intestinais e estomacais associadas à inapetência.
Ricas em vitaminas A, B, C e minerais como cálcio, ferro e potássio. Livres de colesterol são um aliado magnífico na luta contra o câncer.
As tâmaras são eficientes defensoras do organismo frente a gripes, viroses e outras infecções, tanto do aparelho respiratório como urinário.
Outros nomes
As tâmaras são chamadas dátiles em espanhol e dates em inglês. Já as tamareiras são Palmeras datileras em espanhol e Palm date em inglês.
Variedades
O teor de umidade e os teores de açucares solúveis dos frutos, quando atingem o estádio final de amadurecimento (Tamar), permitem classificar as tâmaras em três categorias: tâmaras moles, tâmaras semi–secas e tâmaras secas.
O teor de água dos frutos da tamareira pode variar de acordo com o grau de maturação, porém depende também da característica varietal: as tâmaras moles, em estádio tamar, apresentam teor de umidade geralmente superior a 30%; as tâmaras semi-secas entre 20 e 30% e as tâmaras secas menos de 20%.
Independente da variedade, quando a tâmara atinge o final do amadurecimento, mais de ¾ de sua composição é constituída pelos açucares solúveis. Já foi constatado que as tâmaras moles, contém muito pouco ou nenhum açúcar não redutor (sacarose); as tâmaras semi-secas, possuem em torno de 1/4 de açucares não redutores e ¾ de açucares redutores (frutose e glicose); e as tâmaras secas, apresentam aproximadamente 1/3 de açucares não redutores e 2/3 de açúcares redutores.
Fonte: www.cpatsa.embrapa.br
Tâmara
A tâmara é uma fruta rica em vitaminas do complexo B, ferro, cálcio, fibras e potássio.
De sabor doce e suave, pode ser consumida crua ou seca. Quando seca possui mais açúcar, pois o mesmo fica mais concentrado.
Deve ser consumido com grande restrição, já que é muito calórico. Quando seca, tem a vantagem de concentrar nutrientes e durar muito tempo.
Tâmara
Disponível para consumo o ano todo na forma desidratada.
Composição por 100g
Calorias
275kcal
Glicídios
74g
Proteínas
2g
Lipídios
0,45g
Cálcio
32mg
Fósforo
40mg
Ferro
1,15mg
Sódio
3mg
Potássio
652mg
Fibras
7,5g
Fonte: www.diabetes.org.br

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Comer peixe, linhaça e castanha diminui risco de Alzheimer

Pesquisa concluiu que ômega-3, nutriente presente nesses alimentos, reduz níveis de proteína no sangue associada à doença

 
Pesquisadore
Peixes e outros alimentos ricos em ômega-3 podem ser aliados para evitar Alzheimer
Peixes e outros alimentos ricos em ômega-3 podem ser aliados para evitar Alzheimer (Thinkstock)
s americanos sugeriram que comer grandes quantidades de alimentos ricos em ômega-3, como peixes, linhaça, nozes, castanhas e azeite, ajuda a evitar o Alzheimer. Isso acontece, segundo os especialistas, porque o nutriente pode reduzir os níveis de uma proteína ligada à doença no sangue de uma pessoa. O estudo, que foi conduzido no Centro Médico da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, foi publicado nesta quarta-feira na Neurology, revista da Academia Americana de Neurologia.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Nutrient intake and plasma β-amyloid

Onde foi divulgada: revista Neurology

Quem fez: Yian Gu, Nicole Schupf, Stephanie Cosentino e Nikolas Scarmas

Instituição: Universidade de Columbia, Estados Unidos

Dados de amostragem: 1.219 idosos com mais de 65 anos e sem demência

Resultado: Pessoas que apresentam maiores quantidades de ômega-3 no sangue, que vem com o consumo de peixe, nozes, castanha e linhaça, apresentam menores níveis de beta-amiloide, proteína associada à presença da doença de Alzheimer
Estudos anteriores já haviam indicado o efeito protetor de alimentos ricos em ômega-3 em relação à doença de Alzheimer, mas esse estudo identificou o mecanismo pelo qual o nutriente evita o aparecimento do problema. De acordo com os pesquisadores, o ômega-3 reduz a quantidade de beta-amiloide no sangue. O acúmulo dessa proteína é comumente encontrado na autópsia do cérebro de pessoas que morrem com Alzheimer e, segundo outros trabalhos, grandes quantidades do composto podem desencadear o aparecimento da doença antes mesmo de um indivíduo apresentar sintomas de perda de memória.
Nessa pesquisa, a equipe analisou 1.219 idosos com 65 anos ou mais que não tinham demência. Durante 14 meses, eles informaram aos pesquisadores sobre seus hábitos alimentares e, após esse período, foram submetidos a exames de sangue que mediram níveis da proteína beta-amiloide e de nutrientes como ômega-3, ômega-6 e vitaminas.
Resultados — Os pesquisadores observaram que os indivíduos que consumiam maiores quantidades de ômega-3 eram aqueles que apresentavam níveis menores de beta-amiloide no sangue. No entanto, essa associação não foi encontrada em relação a outros nutrientes. Segundo Nikolas Scarmeas, um dos autores do estudo, esse benefício pode ser obtido mesmo com o acréscimo de pequenas quantidades no nutriente na alimentação diária. “Nossa pesquisa acrescenta dados às evidências de que o ômega-3 é benéfico para evitar, além de doenças cardiovasculares, como vários estudos já sugeriram, o declínio de memória. O nutriente é capaz de proteger o coração e o cérebro”, diz Scarmeas.
Peixe e coração — As novas Diretrizes Europeias sobre Prevenção e Prática Clínica de Doenças Cardiovasculares, feitas pela Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC, na sigla em inglês) e apresentadas nesta quinta-feira no encontro anual da entidade, na Irlanda, reforçaram as indicações de que o consumo diário de peixes e de outros alimentos ricos em ômega-3 protege o corpo contra doenças cardiovasculares. Embora os especialistas tenham focado nos benefícios do nutriente ao coração, eles reconheceram que o ácido graxo também protege o cérebro e a saúde imunológica.
As diretrizes indicam que as pessoas devam comer uma porção de peixe ao menos duas vezes por semana, e que o consumo do alimento é mais benéfico do que o uso de suplementos de ômega-3. Mas não adianta, como lembram os especialistas, ingerir peixe se uma pessoa mantém hábitos não saudáveis, como tabagismo, alcoolismo e sedentarismo.
Clique nas perguntas abaixo para saber mais sobre Alzheimer:
 
David Schlesinger, pesquisador no Instituto do Cérebro do Hospital Albert Einstein fala sobre a doença de Alzheimer.


*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Melatonina

 
Por Ana Lucia Santana 

InfoEscola

A Melatonina é um neuro-hormônio - substância secretada por um neurônio, capaz  de posteriormente atingir diretamente a circulação sangüínea – elaborado por uma ampla variedade de animais e vegetais. Nos seres superiores, como o Homem, ela é fabricada pela glândula pineal e, segundo os estudos até agora realizados, ela é a principal responsável pela regularização do sono.

Na esfera química ela é qualificada como indolamina, produzida a partir do triptofano e antecedida pela serotonina, umneurotransmissor capaz de regular o humor e impedir, ao se encontrar nas proporções certas no organismo humano, a ocorrência da depressão. Dizem os pesquisadores que os mecanismos fotoreceptivos da retina e da glândula pineal têm como função elaborar a Melatonina, transformando o processo de síntese da serotonina através da intervenção de uma enzima conhecida como serotonina-N-acetiltransferase. Este circuito produtor de Melatonina está presente em todos os vertebrados.
Este hormônio tem como característica transpor com facilidade as membranas das células, por meio de um processo chamado difusão. Assim, ele não é depositado dentro do pinealócito – esta estrutura forma o parênquima da pineal, ou seja, o tecido celular relacionado à armazenagem de substâncias nutritivas -, portanto é livre para percorrer as ramificações vasculares sanguíneas que regam a glândula pineal depois de sua constituição.
A melatonina é sintetizada assim que se fecham os olhos, pois diante da luz é produzida uma mensagem que logo depois é transmitida aos órgãos responsáveis. Neste momento é impedida a elaboração deste hormônio; assim fica claro que a sua fabricação depende exclusivamente das condições fotossensíveis do ambiente externo. Isto porque a pineal tem participação ativa na estruturação cronológica dos ritmos biológicos, agindo como árbitro nas relações entre claro e escuro, atividade e repouso, sono e vigília, bem como na regulamentação endócrina do processo reprodutor e no equilíbrio do sistema imunológico.
Resumindo, em um local tranquilo, suficientemente escuro, a produção de melatonina se acelera, provocando o sono; quando as condições são adversas, a pessoa não consegue atingir os níveis necessários deste hormônio, o que pode contribuir para o desencadeamento da insônia. Daí a importância de criar um ambiente adequado para um melhor repouso do organismo, no qual estejam ausentes a luz, o som, os cheiros ou qualquer fonte de calor, estímulos que impedem o advento do sono.
A melatonina também tem a missão de atuar como um fator antioxidante, resgatando células epiteliais à mercê daradiação ultravioleta. Ela pode igualmente auxiliar na reabilitação de neurônios atingidos pelo Mal de Alzheimer ou por períodos de isquemia que se caracterizam por ter sua origem em acidentes vasculares cerebrais.
A redução da elaboração de Melatonina pode ser atribuída a vários fatores, como a carência de nutrição, a associação de substâncias químicas e remédios, o estresse e o processo de envelhecimento. Sob a pressão de momentos estressantes, o indivíduo passa a elaborar mais cortisol e adrenalina, que por sua vez também leva à produção de moléculas de Radicais Livres, tornando as células mais propensas à ocorrência de uma lesão. Como se isto não bastasse, a adrenalina e o cortisol levam o organismo a sintetizar uma enzima conhecida como Triptofano pirolase, que tem o poder de eliminar o Triptofano, impedindo assim a elaboração da Melatonina e da Serotonina, o que pode desencadear igualmente um processo depressivo.
Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Melatonina
http://www.sistemanervoso.com/pagina.php?secao=6&materia_id=78&materiaver=1

segunda-feira, 5 de maio de 2014


Açaí: os novos poderes da superfruta

Investigado por diversos centros de pesquisa, o fruto mostra sua força na defesa do cérebro, no controle do colesterol e até na prevenção do câncer
por Patrícia Golini | design Ana Paula Megda | fotos Dercílio

O que ele tem
A quantidade de macronutrientes em uma porção de 100 gramas de açaí
Carboidratos 42,53 g
Gorduras 40,75 g
Proteínas 8,13 g


Leia também

•Açaí é bom, mas engorda?

•Açaí: a fruta que protege contra inflamações e tumores

•Qual fruta tem mais antocianina?

 

Diz a lenda que essa frutinha roxa com até 1,5 grama foi criada por Tupã, a entidade indígena associada aos trovões, para salvar uma tribo brasileira da fome. Aos olhos da ciência, porém, o açaí tem demonstrado que sua função mais trivial é forrar a barriga da gente. Entre seus feitos confirmados em laboratório estão a criação de barreiras protetoras para os neurônios, a derrubada dos níveis de colesterol e até mesmo a redução do risco de alguns tipos de câncer. Não é à toa, portanto, que a espécie típica dos ribeirinhos do Norte do país ganhe o mundo com status de superalimento - condição que faz com que nenhum estudioso se canse de vasculhar sua composição.
Vem da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, um novo trabalho que sinaliza o potencial de ação de sua polpa sobre a preservação da massa cinzenta. Os pesquisadores observaram que o consumo regular de açaí reduz a exposição das células nervosas a processos degenerativos e inflamatórios recorrentes, fenômeno que abre caminho ao colapso do tecido cerebral.
Uma das hipóteses que buscam explicar essa façanha é a presença de substâncias antioxidantes, em especial a antocianina, que combatem os radicais livres por trás de uma série de danos ao organismo. "Os antioxidantes do açaí conseguem bloquear a formação dessas moléculas nocivas no início do processo de ataque às células", explica a especialista em tecnologia de alimentos Ediluci Tostes, do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá. E a fruta amazônica não causa espanto apenas pela qualidade dos seus componentes. Em 1 litro da sua polpa, há 33 vezes mais antioxidantes que o encontrado em um mesmo litro de vinho tinto, bebida famosa por conter um monte desses ingredientes que varrem da circulação os temíveis radicais livres.
Além dessa propriedade, substâncias do porte da antocianina respondem por um efeito anti-inflamatório, o que soma forças para deixar em paz as estruturas e as conexões cerebrais. Na prática, isso significa uma menor probabilidade de ocorrer um comprometimento crônico e progressivo de funções cognitivas, como a memória e a coordenação motora. "É por isso que o açaí teria uma ação preventiva contra males neurodegenerativos, caso das doenças de Par-kinson e Alzheimer", completa Ediluci.
A mesma antocianina que protagoniza benefícios ao cérebro pode afastar outro problema que ameaça tanto a massa cinzenta quanto o coração. É que sua ação antioxidante auxilia a debelar a formação de placas nos vasos sanguíneos, o que pode culminar em derrames e infartos. E é justamente esse papel protetor das artérias o que tenta provar o cardiologista Eduardo Augusto Costa, professor da Universidade Federal do Pará.
Ele dividiu a população da pequena cidade de Igarapé-Miri, no estado paraense, em dois grupos: consumidores frequentes da fruta e pessoas que não a comiam. "Descobrimos que indivíduos que a ingerem regularmente apresentam taxas mais elevadas de HDL, a fração boa do colesterol", conta Costa. "Enquanto isso, os níveis de LDL, o colesterol ruim, estavam em níveis aceitáveis e melhores do que os índices dos não consumidores da fruta", completa.
Já na Universidade de São Paulo (USP), a atenção está voltada para outra substância, que surge quando a polpa é adicionada ao leite antes da fermentação por bactérias, o que dá origem ao iogurte. "Durante esse processo, o ácido linoleico do leite é transformado em ácido linoleico conjugado, o chamado CLA", explica a farmacêutica Maricê Nogueira de Oliveira, da USP. E hoje há indícios de que essa espécie de gordura auxiliaria a impedir o aparecimento de alguns tumores, como os de pele, mama e intestino.
O CLA teria outros efeitos dignos de nota. "Sua ingestão diária poderia diminuir a massa gorda, aumentar a magra e até fortalecer o sistema imune", diz Maricê. Se as defesas estão em alta, as chances de sucesso do câncer despencam. O iogurte à base de açaí e dotado de CLA deve chegar ao mercado em breve, representando uma alternativa mais magra diante das tigelas e seus complementos engordativos vendidos por aí. Será uma nova e vantajosa opção para prestigiar a superfruta na rotina.
 
Companhias que engordam
O açaí em si é calórico, mas os outros ingredientes da tigela é que costumam transformar a receita numa bomba. Quem precisa emagrecer deve ficar atento
 
Mel 92,2 kcal (3 colheres = 30 g)
Granola 152 kcal (5 colheres = 50 g)
Banana 92 kcal (100 g)
Polpa de açaí 247 kcal (100 g)

Por que a fruta é uma campeã

Os números não mentem. Na tabela comparativa, ela desbanca outros alimentos no que diz respeito à quantidade de micronutrientes
 
Cálcio
Leite 104 mg
Açaí 330 mg

 
Ferro Feijão-carioca 1,3 mg
Açaí 4,5 mg

 
Potássio Banana 376 mg
Açaí 900 mg

 
Antocianinas
Vinho 0,1 mg
Açaí 0,4 mg

 
Zinco
Brócolis 0,2 mg
Açaí 2,8 mg

Açaí: os novos poderes da superfruta

Investigado por diversos centros de pesquisa, o fruto mostra sua força na defesa do cérebro, no controle do colesterol e até na prevenção do câncerpor Patrícia Golini | design Ana Paula Megda | fotos Dercílio
O que ele tem
A quantidade de macronutrientes em uma porção de 100 gramas de açaí

Carboidratos 42,53 g
Gorduras 40,75 g
Proteínas 8,13 g


Diz a lenda que essa frutinha roxa com até 1,5 grama foi criada por Tupã, a entidade indígena associada aos trovões, para salvar uma tribo brasileira da fome. Aos olhos da ciência, porém, o açaí tem demonstrado que sua função mais trivial é forrar a barriga da gente. Entre seus feitos confirmados em laboratório estão a criação de barreiras protetoras para os neurônios, a derrubada dos níveis de colesterol e até mesmo a redução do risco de alguns tipos de câncer. Não é à toa, portanto, que a espécie típica dos ribeirinhos do Norte do país ganhe o mundo com status de superalimento - condição que faz com que nenhum estudioso se canse de vasculhar sua composição. 

Vem da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, um novo trabalho que sinaliza o potencial de ação de sua polpa sobre a preservação da massa cinzenta. Os pesquisadores observaram que o consumo regular de açaí reduz a exposição das células nervosas a processos degenerativos e inflamatórios recorrentes, fenômeno que abre caminho ao colapso do tecido cerebral. 

Uma das hipóteses que buscam explicar essa façanha é a presença de substâncias antioxidantes, em especial a antocianina, que combatem os radicais livres por trás de uma série de danos ao organismo. "Os antioxidantes do açaí conseguem bloquear a formação dessas moléculas nocivas no início do processo de ataque às células", explica a especialista em tecnologia de alimentos Ediluci Tostes, do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá. E a fruta amazônica não causa espanto apenas pela qualidade dos seus componentes. Em 1 litro da sua polpa, há 33 vezes mais antioxidantes que o encontrado em um mesmo litro de vinho tinto, bebida famosa por conter um monte desses ingredientes que varrem da circulação os temíveis radicais livres. 

Além dessa propriedade, substâncias do porte da antocianina respondem por um efeito anti-inflamatório, o que soma forças para deixar em paz as estruturas e as conexões cerebrais. Na prática, isso significa uma menor probabilidade de ocorrer um comprometimento crônico e progressivo de funções cognitivas, como a memória e a coordenação motora. "É por isso que o açaí teria uma ação preventiva contra males neurodegenerativos, caso das doenças de Par-kinson e Alzheimer", completa Ediluci. 

A mesma antocianina que protagoniza benefícios ao cérebro pode afastar outro problema que ameaça tanto a massa cinzenta quanto o coração. É que sua ação antioxidante auxilia a debelar a formação de placas nos vasos sanguíneos, o que pode culminar em derrames e infartos. E é justamente esse papel protetor das artérias o que tenta provar o cardiologista Eduardo Augusto Costa, professor da Universidade Federal do Pará. 

Ele dividiu a população da pequena cidade de Igarapé-Miri, no estado paraense, em dois grupos: consumidores frequentes da fruta e pessoas que não a comiam. "Descobrimos que indivíduos que a ingerem regularmente apresentam taxas mais elevadas de HDL, a fração boa do colesterol", conta Costa. "Enquanto isso, os níveis de LDL, o colesterol ruim, estavam em níveis aceitáveis e melhores do que os índices dos não consumidores da fruta", completa. 

Já na Universidade de São Paulo (USP), a atenção está voltada para outra substância, que surge quando a polpa é adicionada ao leite antes da fermentação por bactérias, o que dá origem ao iogurte. "Durante esse processo, o ácido linoleico do leite é transformado em ácido linoleico conjugado, o chamado CLA", explica a farmacêutica Maricê Nogueira de Oliveira, da USP. E hoje há indícios de que essa espécie de gordura auxiliaria a impedir o aparecimento de alguns tumores, como os de pele, mama e intestino. 

O CLA teria outros efeitos dignos de nota. "Sua ingestão diária poderia diminuir a massa gorda, aumentar a magra e até fortalecer o sistema imune", diz Maricê. Se as defesas estão em alta, as chances de sucesso do câncer despencam. O iogurte à base de açaí e dotado de CLA deve chegar ao mercado em breve, representando uma alternativa mais magra diante das tigelas e seus complementos engordativos vendidos por aí. Será uma nova e vantajosa opção para prestigiar a superfruta na rotina.
 
Companhias que engordam
O açaí em si é calórico, mas os outros ingredientes da tigela é que costumam transformar a receita numa bomba. Quem precisa emagrecer deve ficar atento
 
Mel 92,2 kcal (3 colheres = 30 g) 

Granola 152 kcal (5 colheres = 50 g) 

Banana 92 kcal (100 g) 

Polpa de açaí 247 kcal (100 g)
 
 
Por que a fruta é uma campeã
Os números não mentem. Na tabela comparativa, ela desbanca outros alimentos no que diz respeito à quantidade de micronutrientes
 
Cálcio 
Leite 104 mg 
Açaí 330 mg
 
Ferro Feijão-carioca 1,3 mg 
Açaí 4,5 mg
 
Potássio Banana 376 mg 
Açaí 900 mg
 
Antocianinas 
Vinho 0,1 mg 
Açaí 0,4 mg
 
Zinco Brócolis 0,2 mg 
Açaí 2,8 mg




dieta dos pontos


sinta seu coração


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